quinta-feira, 17 de abril de 2008

Taça de Portugal: Sporting 5-3 Benfica



Brilho da primeira parte não chegou

Num jogo impróprio para cardíacos, o Benfica acabou por ser eliminado da Taça de Portugal. E o Jamor esteve tão perto... A ganhar por 0-2 ao intervalo, a formação orientada por Fernando Chalana acabou por não conseguir segurar a vantagem, permitindo a recuperação do Sporting na segunda parte. O 5-3 final mostra bem o quanto as emoções foram fortes no “derby” de Alvalade. Mas como é amargo tal resultado para um Benfica que teve a final na mão.

Fixados na vitória
Uma táctica assente numa rigidez defensiva que, após anular os passes verticais para Liedson e Djaló, servia como ponto de partida para um futebol que, de uma primeira fase “tricotada” para uma segunda assente na velocidade e nas constantes trocas de posições, baralhou por completo a oposição. Enquanto Romagnoli, Moutinho, Adrien e Vukcevic não conseguiam unir os blocos leoninos, Rui Costa, Rodriguez, Di María e Nuno Gomes colocavam a nu as fragilidades contrárias, mercê de rápidas trocas de bola e ferozes desmarcações, dando toda a sensação que a qualquer momento poderiam ganhar espaço, com a bola no pé, nas costas de Tonel e Veloso.

E assim foi que o Benfica chegou aos golos que levaram os muitos milhares de seguidores presentes em Alvalade ao rubro. E que portento técnico aquele primeiro tento, aos 19 minutos de jogo, quando Rui Costa tabelou com o inteligente Di María e este, após isolar o "Maestro", viu o 10 colocar a bola entre o corpo de Rui Patrício e a molhada relva. Maravilhoso momento, quase fazendo esquecer o que acontecera dois minutos antes, quando o Di María sofreu dois toques do guardião sportinguista antes de se estatelar na área sportinguista, vendo o árbitro mostrar-lhe o amarelo por suposta simulação. Um lance polémico, esquecido, ainda assim, pelo golo de Rui Costa.

E que dizer do que, 11 minutos depois, aconteceu? Outra beleza, esta via aérea. Um centro de Léo (desmarcado por Rui Costa) para o cabeceamento com selo de golo de Nuno Gomes. O 0-2 a ninguém surpreendia. Bem pelo contrário: os 37 mil espectadores presentes em Alvalade só viam uma equipa jogar. E como jogava este Benfica, perante um Sporting a quem sobrava em atitude o que lhe faltava, numa noite infeliz, em sobriedade técnica e táctica.

Que aconteceu, Benfica?
Tudo mudou, ainda assim, na segunda parte. O Sporting surgiu mais pressionante e foi acreditando, aos poucos, que podia obrigar o Benfica a jogar no seu meio-campo. O que é certo é que, mesmo sem brilhar, o Sporting beneficiou do facto de o Benfica já não conseguir aplicar o contra-ataque para aproximar-se, com maior perigo, da zona de tiro. Lance após lance, os donos do terreno obrigaram Quim a mostrar toda a sua categoria, sendo de destacar aquele desvio com a ponta dos dedos para um tiro de Moutinho à barra. No entanto, nada podia o internacional português fazer para travar o desvio fatal de Djaló após boa iniciativa de Vukcevic.

Faltava ainda meia-hora para o final, mas a pressão leonina não parou com o 2-1. Pelo contrário, avolumou-se. Poucos minutos se passaram e, já depois de Quim ganhar mais dois confrontos aos avançados contrários, os “leões” chegaram à igualdade num tiro de Liedson após centro de Moutinho. Na pior fase do Benfica, o rival aproveitou para chegar mesmo à vantagem pelo regressado Derlei, quando faltavam 11 minutos para o fim.

Bola cá, bola lá e eis que o Benfica voltava a empatar, numa bomba de pé direito de Rodriguez. No entanto, Djaló respondeu com novo golo, colocando o Sporting na final do Jamor. E depois, mesmo a terminar, Veloso ganhou um lance em falta e deu origem ao quinto golo leonino, apontado num remate de primeira de Vukcevic. Fica um forte amargo de boca pelo facto de o Benfica não ter mantido a importante vantagem trazida da primeira parte de um jogo de loucos.

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