Benfica conquista Supertaça-slb-8 scb-2

O Benfica revalidou a Supertaça num jogo emocionante, em que o resultado não demonstra as dificuldades que os encarnados tiveram para bater o Braga / AAUM

O jogo iniciou com o regresso aos golos de Arnaldo com a camisola do Benfica, a fazer juz à sua alcunha, o expresso de Bragança entrou a todo o vapor no jogo e mercê de uma fantástica assistência de Ricardinho, teve espaço e engenho para desfeitear Pli pela primeira vez.

O Benfica entrava da melhor maneira no jogo, pressionava o Braga / AAUM, não deixando que a equipa minhota tivesse a bola controlada. Os puplios de Adil Amarante conseguiam recuperações rápidas e fruto de uma dinâmica de jogo muito forte, criaram nos minutos iniciais bastantes oportunidades de golo. À passagem do quarto minuto o Benfica teve uma grande penalidade a seu favor, a castigar derrube inequívoco de Pli a Costinha. Era uma excelente oportunidade para o Benfica conseguir dilatar a vantagem e arrancar para uma goleada tranquila. No entanto o melhor marcador da época passada, Ricardinho, não conseguiu desfeitear aquele que é sem dúvida um dos pilares do Braga / AAUM, Pli adivinhou o lado para onde Ricardinho bateu a penalidade e ainda teve força para defender a recarga.

Este momento deu força ao Braga / AAUM, que para além das muitras outras qualidades que exibiu hoje, mostrou ser um equipa com muita inteligência. Os jogadores souberam aproveitar os momentos anímicos do jogo, crescendo conforme as ocorrências lhes eram favoráveis ou desfavoráveis. Foi então que à passagem do minuto 5 a turma nortenha repôs a igualdade, uma jogada em que a defensiva encarnada se encontrava bastante subida, com um jogador do Braga/ AAUM a fazer um passe de ala a ala nas costas dos defesas a assistir Bruno António do lado direito que ainda de muito longe bate Zé Carlos que pareceu mal colocado.

O Benfica descia do céu ao inferno em apenas um minuto e aquilo que parecia poder tornar-se num jogo fácil seguiu um rumo completamente oposto, muito por culpa da monumental exibição de Pli na primeira parte, o Benfica fez um total de 30 remates para 8 defesas de Pli todas elas com um grau de dificuldade bastante elevado. O jogo estava repartido como o domínio alternado, mas sempre com o Benfica a assumir a posse de bola e o ataque planeado, Ricardinho foi sempre dos jogadores mais inconformados e rematadores, partindo dos seus pés um remate fortíssimo que embateu de forma violenta na barra.

Num dia de festa nada faria prever os impróprios protestos de Arnaldo a uma falta, diga-se bastante mal assinalada. O ex jogador do MRA Xota que este ano está de regresso à sua última casa em Portugal, perdeu claramente a razão ao insultar a dupla de arbitragem, cartão vermelho bem mostrado e mais um problema para Adil Amarante que continua castigado e como tal viu o jogo na bancada. Acreditou o Braga / AAUM que era possivel beneficiar da vantagem numérica, mas não o soube fazer. Abriu espaços desorientou-se permitiu que a qualidade de passe das estrelas encarnadas viesse ao de cima e depois do primeiro aviso, Zé Maria, marcou o segundo num lance que contou com o contributo de Fabrico.

Até ao intervalo as duas equipas acabaram por abrandar um pouco o ritmo de jogo, em muito devido ao facto de ambas estarem tapadas por faltas.

A segunda parte arrancou exactamente como a primeira, apenas com uma diferença o golo pertenceu ao Braga / AAUM e não ao Benfica. Uma clara falta de comunicação entre Gonçalo Alves e Zé Carlos permitindo que um lançamento de Pli isolasse Coroas que já quase em cima da linha de golo apenas teve de empurrar.

Os encarnados desta vez não sentiram o golo e aproveitando uma ingenuidade de André Machado, Costinha recupera uma bola, lança Gonçalo Alves que cara a cara com Pli não facilitou e recolou o Benfica em vantagem. Voltou a crescer a equipa da luz e Ricardinho tal como na primeira parte voltou a ser um quebra cabeças para os Bracarenses, duas bolas no ferro e um chapéu que saiu ligeiramente por cima da baliza, lances que poderiam dar uma vantagem tranquila aos encarnados. Seria porém novamente Gonçalo Alves quem voltaria a marcar, um remate de longe que desvia em Rui Dias e trai Pli.

O Benfica tinha todas as condições para acalmar o seu jogo, controlando a posse de bola e não cometer erros defensivos, mas uma vez mais não o conseguiu fazer, o seu jogo era previsível, perdas de bola infantis e o Braga / AAUM aproveitou para reduzir o marcador e criar várias oportunidades em que podia ter empatado. O Benfica jogava com alguns elementos recém entrados no jogo, como o caso de Sidnei e João Marçal, e não era capaz de mostrar a acutilância e qualidade que se lhe reconhece.

Com a reentrada de algumas das principais figuras voltou a crescer o Benfica para uns 5 minutos finais onde mostrou toda a sua superioridade, foi Pedro Costa que no espaço de um minuto arrumou a questão com dois golos, primeiro numa excelente rotação na posição de pivô, depois numa jogada rapidíssima de contra-ataque onde combina de forma magistral com Ricardinho e finaliza superiormente. Com a equipa comandada por Tomané e João Macedo claramente fragilizada ao nível físico, coube a Ricardinho a aplicação dos golpes finais, primeiro na conversão de uma grande penalidade a castigar uma falta inexistente de Pli sobre Pedro Costa e depois na jogada de maior espectacularidade de toda a partida, um golo a não perder nos vídeos do futsalportugal.

Foi uma vitória justa do Benfica, embora sem o brilho esperado, pode-se dizer que a exibição da equipa minhota dificultou em muito a prestação dos actuais campeões nacionais, mas isso não justifica alguns dos erros defensivos cometidos pelos pupilos de Adil Amarante. O Benfica revalida desta forma a Supertaça e parte para a Bulgária já com um título na bagagem.

Transmissão da Sic

O jogo de hoje marcou o inicio da transmissão televisiva por parte da sic, algumas diferenças significativas relativamente ao que normalmente estávamos habituados por parte da Sporttv, logo a começar pelo espectáculo das bailarinas, em jeito de cheer leaders. A transmissão mostrou uma maior proximidade das equipas, acompanhado a sua saída dos balneários, as suas reacções no banco de suplentes e ouvindo os treinadores antes e do jogo.

Os comentários pertenceram a Francisco Baptista, seleccionador Angolano e um treinador com provas dadas no futsal português, uma escolha que se mostrou agradável, com comentários sempre a propósito e uma excelente leitura do jogo, não caindo na tentação de fazer uma análise demasiado teórica do jogo.

A transmissão fica marcada por algumas falhas ligeiras, primeiro ao nível estatístico, sinceramente a contabilização dos remates pareceu-nos claramente errada, depois ao nível das faltas, também existiram erros, não foram ouvidos os treinadores no final (talvez por culpa da longa duração da transmissão já com 2:15m) e finalmente aquela que no nosso egoísmo foi a maior falha e está relacionada com a ausência do cronometro no que respeita ao minuto dos golos. Em resumo uma excelente transmissão com destaque para o excelente trabalho dos 3 comentadores, mas ainda com alguns pontos a melhorar.