Noite de loucos... Benfica tricampeão
O direito à história já ninguém vos tira
O Sport Lisboa e Benfica sagrou-se esta terça-feira tricampeão nacional de futsal ao bater o Belenenses por 4-3, em jogo decidido no prolongamento.
Uma exibição colectiva de grande nível e um Ricardinho do outro mundo foram demais para uma forte equipa do Restelo. O Pavilhão Império Bonança (cheio como um ovo) voltou a viver uma daquelas noites que perdurarão na memória benfiquista.
Ricardão...
Actuando de início com Bebé, Pedro Costa, Gonçalo Alves, Ricardinho e César Paulo, desde cedo o Benfica demonstrou quais as suas intenções nesta partida. Por isso mesmo, o Belenenses, que apresentou Marcão, Caio Japa, Miguel Almeida, Diego Sol e Paulinho, não teve tarefa fácil.
Os "encarnados", mercê de uma apertada marcação, raramente cederam espaços aos adversários, revelando um espírito guerreiro inquebrável e uma atitude que obrigou os "azuis" a pouco mais do que algumas investidas pelo caminho mais curto: o passe... longo.
Sem sentir a sua baliza em perigo, o Benfica balanceou-se fortemente para rápidas trocas de bola em complemento com movimentações que deixaram os "azuis" em permanente alerta. Mas até foi de forma simples que Ricardinho colocou o Benfica em vantagem: uma bomba do meio da rua que deixou Marcão pregado ao solo. Aos sete minutos, o "Glorioso"
ficava mais perto do título e levava ao rubro o público que encheu por completo o Pavilhão Império Bonança.
O "mágico" ditava a sua lei, algo que repetiria a nove segundos do intervalo. Num rápido contra-ataque, o "dez" tirou da cartola uma assistência do outro mundo à qual Rogério Vilela disse "sim". Vieira, Rui Costa, Jorge Jesus, Nuno Gomes, Saviola, David Luiz e Sidnei, entre tantos outros nomes conhecidos do universo Benfica ali presentes, iam ao rubro com o espectáculo.
Resposta "azul"
A segunda parte trouxe a reacção "azul". Duas bolas à barra (livres
directos) foram exemplos notórios da resposta da equipa comandada pelo castigado Alípio Matos. O golo da formação do Restelo surgiu mesmo a
12 minutos do fim, numa boa finalização de Diego Sol (remate cruzado).
Reagiu bem o Benfica, acertando marcações, cerrando fileiras, sendo mesmo mais perigoso junto à área adversária e obrigando Marcão a aplicar-se quase sempre em lances gizados em rápidos contra-ataques.
No entanto, era necessário contar com um Belenenses que nos lances de bola parada criava quase sempre perigo, como provou o remate de Paulinho com a bola a embater na barra após canto apontado de forma estudada. O encontro entrou no último minuto com o Belenenses a jogar com o guarda-redes avançado e foi numa jogada confusa que o árbitro assinalou grande penalidade, após uma mão muito duvidosa. Miguel Almeida, chamado a converter, permitiu a defesa de Bebé, mas na recarga empatou o jogo. Sentença: prolongamento.
Ricardinho... mais uma vez
A dois minutos do fim da primeira parte do prolongamento, César Paulo foi derrubado (onde ficou o segundo amarelo ao infractor?) em zona central. Ricardinho marcou um livre directo com toda a potência deste e do outro mundo e, após defesa incompleta de Marcão, César Paulo voou, de cabeça, para o 3-2, num lance de belo efeito. Reacendia-se a Luz. Logo depois, num lançamento de Bébé, Arnaldo foi derrubado, dando direito a livre de dez metros. Ricardinho, frente a Marcão, permitiu a defesa.
As emoções continuaram na segunda parte do prolongamento, com Ricardinho a ganhar espaço e a rematar contra a face do guardião adversário. A decisão ficava adiada. Mas só foi preciso esperar mais 30 segundos antes que o "mágico", após passe fabuloso de Pedro Costa, sentasse Marcão e, com classe, desse, de uma vez por todas, o título ao Benfica. E nem mesmo o golo de Caio Japa, a acabar, alterou o destino da noite. Um final de festa tremendo e inteiramente justo.
Honra ao tricampeão, o primeiro de sempre, desde que o Campeonato Nacional adoptou o figurino dos tempos modernos.
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