Classe e espírito colectivo colocam “águias” com um pé na final
A equipa de Jorge Jesus deu esta quarta-feira um passo importante rumo à final da Taça de Portugal, ao fazer uma excelente exibição no recinto do FC Porto. Fábio Coentrão e Javi García perfumaram uma vitória para mais tarde recordar.
Tal como tinha anunciado na conferência de imprensa ao encontro no Estádio do Dragão, o treinador Jorge Jesus não mudou a estratégia da equipa em termos tácticos, mexendo apenas em algumas pedras no onze inicial. Gaitán, que habitualmente tem actuado no lado esquerdo do meio-campo, surgiu na posição de número 10, enquanto César Peixoto ficou com o seu lugar no terreno de jogo.
Com a dupla Saviola/Cardozo na frente de ataque, a equipa “encarnada” entrou com as suas linhas muito subidas, colocando em sérias em dificuldades os defesas contrários. Essa intensa pressão começou a dar os seus frutos logo aos cinco minutos, altura em que Saviola desmarcou Coentrão para uma entrada no interior da área, onde o número 18 ganhou em velocidade a Maicon, batendo tranquilamente o guarda-redes Helton.
A estratégia “encarnada” não mudou por estar em vantagem e o segundo golo só não aconteceu mais cedo devido a uma intervenção de Helton. Após um pontapé de canto de César Peixoto, o central Luisão cabeceou para a defesa do guarda-redes da casa (12’).
Em mais uma boa de jogada de ataque, o Benfica acabou por chegar ao segundo tento no encontro. O médio Fernando fez um corte para a fora de área e Javi García surgiu a rematar colocado para o fundo das redes de Helton, colocando em êxtase os adeptos presentes nas bancadas e, certamente, todos os benfiquistas que ficaram a ver a partida pela televisão.
Sem conseguir chegar com êxito junto das redes de Júlio César, o adversário começou a procurar ganhar faltar inexistentes, no entanto, o árbitro Paulo Baptista não entrou “em cantigas” e admoestou muito bem as simulações de Hulk (42’) e James Rodríguez (45’). Nos descontos da primeira parte, destaque para a boa intervenção do guarda-redes “encarnado” Júlio César a remate de Hulk, levando a sua baliza inviolada para o intervalo.
Não há bela sem senão e Paulo Baptista borrou completamente a pintura no segundo tempo, ao expulsar Fábio Coentrão aos 59 minutos. O número 18 “encarnado” não fez falta para levar o segundo amarelo, mas o árbitro assim não entendeu e ordenou a sua expulsão. Em contraponto, o jogador do FC Porto Belluschi agrediu jogadores do Benfica [Javi García na 1.ª parte e Coentrão na 2.ª] ao longo da partida e escapou incólume. Apercebendo-se dessa situação, o treinador do rival retirou esse atleta aos 64 minutos. Palavras para quê!
Mas nem os erros do árbitro valeram ao adversário. Com um grande espírito de entreajuda, o Benfica fechou muito bem os caminhos para a sua baliza, sem que isso tenha significado um recuo deliberado no terreno de jogo, antes pelo contrário. Basta dizer que o FC Porto não conseguiu sequer fazer cócegas ao eixo defensivo dos “encarnados”. Aliás, foi o próprio Benfica quem esteve muito perto de chegar ao golo na segunda parte. Cardozo, aos 80 minutos, rematou com muito perigo na área portista, mas o guarda-redes Helton conseguiu uma defesa por instinto.
Com 13 vitórias consecutivas antes do encontro da primeira-mão da Taça de Portugal, o Benfica confirmou o seu grande momento frente a um adversário que não conseguiu suster a exibição de um colectivo muito unido em todos os sectores do terreno.
Foi, assim, dado um passo muito importante para marcar presença no Jamor, ainda que falte o encontro da segunda-mão no Estádio da Luz.
O Benfica apresentou a seguinte equipa: Júlio César; Maxi Pereira, Luisão, Sidnei e Fábio Coentrão; Javi García, César Peixoto (Airton, 87’), Gaitán (90’) e Salvio; Saviola (Aimar, 68’) e Cardozo.
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