O reencontro foi feito. Olho no olho. Os sorrisos mostraram que tudo se resolveria facilmente. Nem os mais otimistas esperavam escutar tantos elogios. A briga começou em 1999. Manoel Tobias e Falcão, dois grandes nomes do futsal mundial, foram o assunto na mídia depois da Copa do Mundo de 2004. Naquela ocasião, a seleção brasileira não chegou à final e ficou em terceiro lugar, mas o destaque foi dado aos problemas internos do grupo. Ou melhor, aos problemas entre os dois maiores craques.
O péssimo resultado em quadra resultou num desentendimento, mas com o amadurecimento profissional, os craques deixaram as desavenças de lado e depois de uma boa conversa, voltaram a se abraçar.
Veja na integra o reencontro dos craques:
Por que podemos chamar esse reencontro de raro?
Falcão – Eu acho que na história do futsal a gente sabe que tem a nossa parcela. Assim como outros grandes jogadores também. Ele participou de uma geração que colocou o futsal no topo do mundo. Uma geração vitoriosa, em que ele foi o maestro. E eu tive o prazer de jogar com ele. A primeira Liga de Futsal eu ganhei ao lado dele, onde ele fazia toda diferença do mundo. Foi o artilheiro com 50 e poucos gols.
Foram quantos gols, Manoel?
Tobias – Alguns, foram alguns. Mas é claro que fui ajudado, não só pelo Falcão, mas por toda aquela equipe do Atlético-MG. E eu acho que até hoje foi a melhor equipe, né?
Falcão – Eu acho que sim, eu acho que os números mostram isso. Todo mundo aponta como a melhor equipe da história do futsal.
Por que esse é um reencontro tão inédito e especial?
Tobias – É inédito porque nunca pensaram em fazer isso aqui. Ele está representando muito bem a geração dele. Então, eu me sinto privilegiado e acho que ele também. É bom lembrar nesses momentos, daqueles que não puderam ter esse apelo de mídia que hoje temos. Acho que a história do futsal, a essência dela, não passa só pelo Falcão e Manoel Tobias. Ela passa lá nos anos 70, nos anos 80, onde a seleção brasileira se apresentava de manhã para jogar de noite, sem condição nenhuma.
Aconteceu alguma divergência entre vocês? Vocês chegaram a falar alguma coisa em relação ao outro que não deveriam ter dito?
Falcão – Eu sinceramente só guardo as coisas boas. A gente vai aprendendo durante a vida com os erros. Aconteceu. Talvez eu tenha me pronunciado errado e ele também. Nós não nos entendemos num certo momento.
Mas você acha que foi imaturidade, Falcão?
Falcão – Imaturidade. Eu acho que algumas coisas não precisariam ter saído publicamente. Outras coisas não precisariam ter acontecido. Não vou culpar ele, nem vou puxar a culpa. Isso é o que menos importa nesse momento, o que importa é que a gente conversou e que eu olho pro Manoel Tobias como um ídolo do esporte.
O que você pode falar também sobre esse momento, Manoel?
Tobias – Eu sempre fui um cara sincero e de personalidade muito forte. Ele não quis comentar, mas eu não tenho problema algum de comentar. Na verdade, isso aconteceu no Mundial de 2004. A gente queria ser campeão. E muito mais eu, porque sabia que seria meu último Mundial. E infelizmente não conseguimos esse título. Não sei se o Falcão me permite falar, mas eu fui padrinho do casamento dele, eu conheci o pai dele. O problema aconteceu com outra pessoa, claro que por ser ético, eu não vou falar quem fez esse problema. No segundo jogo, não sei se você lembra, teve uma confusão no ônibus com a comissão técnica e daí começou a briga.
O que disseram na época?
Falcão – Na verdade, houve as cobranças normais de quem quer ser campeão. E justamente foi o que o Manoel falou. Nós fomos ali, treinamos e houve um problema com outro jogador. E depois direcionaram pra mim e pra ele. Acabou vazando e no fim a gente acabou sendo vítima de uma situação que não tinha nada a ver. Claro, nos cobramos no vestiário, como cobrei ele, como cobrei aquele e ele me cobrou. Acabou tomando uma proporção muito grande, porque depois eu me arrependi e publicamente falei isso.
O que vocês gostariam de dizer um para o outro neste momento?
Falcão – Para o Manoel eu só tenho que falar que ele é o ídolo, sempre foi o meu ídolo e o ídolo de todos. Um cara espetacular. Um cara que hoje, o que conquistei dentro da minha profissão e onde consegui chegar, eu devo muito a ele. Isso aqui tem uma história. Quando o meu pai estava doente, ele foi ao hospital visitar o meu pai. São coisas que quando a gente vai ficando velho, a gente vai aprendendo. Do perdão, de guardar as coisas boas. Eu aprendi muito com ele. Eu aprendi a ser decisivo como ele era. Ficou tudo pra trás, a gente já se encontrou e é isso que importa.
Tobias – A recíproca é totalmente verdadeira. O mais importante, Falcão, é que como você falou, ficou no passado. Tem coisas que muita gente não sabe. E que não tem problema algum, acho que pra mim e pra ele, de estar revelando isso aqui. Ele ligou pra mim e mandou uma mensagem quando eu parei de jogar. Eu perdoei tranquilamente, entendeu. Não teve nada disso e hoje a gente está rindo aqui. O Falcão com certeza está fazendo um trabalho maravilhoso, ele cresceu muito.
Fonte: Globo.com
O reencontro foi feito. Olho no olho. Os sorrisos mostraram que tudo se resolveria facilmente. Nem os mais otimistas esperavam escutar tantos elogios. A briga começou em 1999. Manoel Tobias e Falcão, dois grandes nomes do futsal mundial, foram o assunto na mídia depois da Copa do Mundo de 2004. Naquela ocasião, a seleção brasileira não chegou à final e ficou em terceiro lugar, mas o destaque foi dado aos problemas internos do grupo. Ou melhor, aos problemas entre os dois maiores craques.
O péssimo resultado em quadra resultou num desentendimento, mas com o amadurecimento profissional, os craques deixaram as desavenças de lado e depois de uma boa conversa, voltaram a se abraçar.
Veja na integra o reencontro dos craques:
Por que podemos chamar esse reencontro de raro?
Falcão – Eu acho que na história do futsal a gente sabe que tem a nossa parcela. Assim como outros grandes jogadores também. Ele participou de uma geração que colocou o futsal no topo do mundo. Uma geração vitoriosa, em que ele foi o maestro. E eu tive o prazer de jogar com ele. A primeira Liga de Futsal eu ganhei ao lado dele, onde ele fazia toda diferença do mundo. Foi o artilheiro com 50 e poucos gols.
Foram quantos gols, Manoel?
Tobias – Alguns, foram alguns. Mas é claro que fui ajudado, não só pelo Falcão, mas por toda aquela equipe do Atlético-MG. E eu acho que até hoje foi a melhor equipe, né?
Falcão – Eu acho que sim, eu acho que os números mostram isso. Todo mundo aponta como a melhor equipe da história do futsal.
Por que esse é um reencontro tão inédito e especial?
Tobias – É inédito porque nunca pensaram em fazer isso aqui. Ele está representando muito bem a geração dele. Então, eu me sinto privilegiado e acho que ele também. É bom lembrar nesses momentos, daqueles que não puderam ter esse apelo de mídia que hoje temos. Acho que a história do futsal, a essência dela, não passa só pelo Falcão e Manoel Tobias. Ela passa lá nos anos 70, nos anos 80, onde a seleção brasileira se apresentava de manhã para jogar de noite, sem condição nenhuma.
Aconteceu alguma divergência entre vocês? Vocês chegaram a falar alguma coisa em relação ao outro que não deveriam ter dito?
Falcão – Eu sinceramente só guardo as coisas boas. A gente vai aprendendo durante a vida com os erros. Aconteceu. Talvez eu tenha me pronunciado errado e ele também. Nós não nos entendemos num certo momento.
Mas você acha que foi imaturidade, Falcão?
Falcão – Imaturidade. Eu acho que algumas coisas não precisariam ter saído publicamente. Outras coisas não precisariam ter acontecido. Não vou culpar ele, nem vou puxar a culpa. Isso é o que menos importa nesse momento, o que importa é que a gente conversou e que eu olho pro Manoel Tobias como um ídolo do esporte.
O que você pode falar também sobre esse momento, Manoel?
Tobias – Eu sempre fui um cara sincero e de personalidade muito forte. Ele não quis comentar, mas eu não tenho problema algum de comentar. Na verdade, isso aconteceu no Mundial de 2004. A gente queria ser campeão. E muito mais eu, porque sabia que seria meu último Mundial. E infelizmente não conseguimos esse título. Não sei se o Falcão me permite falar, mas eu fui padrinho do casamento dele, eu conheci o pai dele. O problema aconteceu com outra pessoa, claro que por ser ético, eu não vou falar quem fez esse problema. No segundo jogo, não sei se você lembra, teve uma confusão no ônibus com a comissão técnica e daí começou a briga.
O que disseram na época?
Falcão – Na verdade, houve as cobranças normais de quem quer ser campeão. E justamente foi o que o Manoel falou. Nós fomos ali, treinamos e houve um problema com outro jogador. E depois direcionaram pra mim e pra ele. Acabou vazando e no fim a gente acabou sendo vítima de uma situação que não tinha nada a ver. Claro, nos cobramos no vestiário, como cobrei ele, como cobrei aquele e ele me cobrou. Acabou tomando uma proporção muito grande, porque depois eu me arrependi e publicamente falei isso.
O que vocês gostariam de dizer um para o outro neste momento?
Falcão – Para o Manoel eu só tenho que falar que ele é o ídolo, sempre foi o meu ídolo e o ídolo de todos. Um cara espetacular. Um cara que hoje, o que conquistei dentro da minha profissão e onde consegui chegar, eu devo muito a ele. Isso aqui tem uma história. Quando o meu pai estava doente, ele foi ao hospital visitar o meu pai. São coisas que quando a gente vai ficando velho, a gente vai aprendendo. Do perdão, de guardar as coisas boas. Eu aprendi muito com ele. Eu aprendi a ser decisivo como ele era. Ficou tudo pra trás, a gente já se encontrou e é isso que importa.
Tobias – A recíproca é totalmente verdadeira. O mais importante, Falcão, é que como você falou, ficou no passado. Tem coisas que muita gente não sabe. E que não tem problema algum, acho que pra mim e pra ele, de estar revelando isso aqui. Ele ligou pra mim e mandou uma mensagem quando eu parei de jogar. Eu perdoei tranquilamente, entendeu. Não teve nada disso e hoje a gente está rindo aqui. O Falcão com certeza está fazendo um trabalho maravilhoso, ele cresceu muito.
fonte: Globo.com
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