terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Folha de Londrina entrevista o craque Falcão


Nesta entrevista à FOLHA, Falcão, que estará em Londrina dia 27, fala sobre a atividade de empresariar jogadores, 'um filão de mercado para quem tem índole e bons contatos'

No próximo 27, o público do Norte do Paraná poderá ver de perto o craque Falcão desfilando o seu talento e ''entortando'' os adversários com dribles inusitados no Ginásio Moringão. Ele virá para um amistoso do seu time, a Malwee/Jaraguá-SC (melhor equipe do Brasil há três anos), contra o Colégio Londrinense/FEL, que disputará a partir de março a Chave Ouro do Campeonato Paranaense de Futsal.

Além do craque da camisa 12 da seleção brasileira, a Malwee trará a Londrina outros de seus astros, como o pivô Lenísio, os alas Cabreúva e Xoxo, o fixo Ari e os goleiros Franklin e Tiago.

Lenísio, Ari, Franklin e Tiago foram campeões mundiais com a seleção no ano passado, no Rio de Janeiro. A Malwee é a atual tricampeã da Liga Futsal e seis vezes campeã da Taça Brasil.

Antecipando ao leitor detalhes sobre a vida de Falcão, sua carreira e seus novos empreendimentos como gestor de carreiras de jogadores de futebol, a FOLHA traz esta entrevista exclusiva com o craque, que também tentou a vida também nos gramados. No ano passado ele foi eleito novamente pela Fifa o melhor do mundo no futsal.

FOLHA - De onde vem o seu apelido? É por admiração ao Falcão do futebol?
Falcão - Meu pai tinha esse apelido, por causa do Falcão (ex-volante do Inter e da seleção). E como eu acompanhava meu pai nas peladas em que ele ia começaram a me chamar de Falcãozinho e acabou pegando.

FOLHA - A Malwee foi campeã da Liga Futsal e da Taça Brasil no ano passado. Você vê algum grande adversário no Brasil que possa impedir mais títulos do seu clube em 2009?
Falcão - Sempre tem equipes fortes. Cabe a nós estarmos nos preparando bem para não perdermos a hegemonia que conquistamos. Temos hoje a melhor equipe do Brasil, mas isso não significa que os títulos vão vir. Sabemos que todo mundo quer nos vencer e o nosso principal adversário pode ser nós mesmos.

FOLHA - Quais equipes, na sua opinião, podem fazer frente à Malwee?
Falcão - O Carlos Barbosa-RS, a UCS (de Caxias do Sul), o Corinthians-SP, que este ano estará bem e as equipes do Paraná, que estão voltando forte agora. Delas, o Marechal Cândido Rondon está montando o melhor elenco do Paraná, na minha opinião.

FOLHA - Em que nível você considera que está o futsal do Paraná, considerando as equipes mais tradicionais, como Cascavel, Umuarama, Marechal Cândido Rondon e Maringá?
Falcão - Num ótimo nível. É só lembrarmos que o Paraná foi o primeiro Estado a ter ginásios grandes e quadras de 40m x 20m. Hoje essas equipes entrando na Liga favorecem muito mais o seu crescimento. A gente sabe que a torcida comparece e os ginásios lotam. O que falta para o Paraná é ganhar um título nacional. Mas a gente vê que a cada ano que passa o Paraná está investindo mais e é o Estado que mais vem crescendo no futsal nos últimos anos.

FOLHA - Como vê o ressurgimento do futsal de alto rendimento em Londrina?
Falcão - Acho uma boa. Londrina é uma cidade grande e que tem empresas com boas condições para segurarem o time de futsal aí. Esperamos que Londrina logo volte a ter uma equipe na Liga Futsal (a cidade disputou em 2002 e 2003) e esperamos que essa nossa ida a Londrina motive o público da região e os empresários locais para que invistam.

FOLHA - Até quando pensa em jogar?
Falcão - Tenho contrato com a Malwee até 2012 e pretendo jogar somente até este ano. Não quero passar disso, porque tenho muitas coisas extras que estão caminhando agora que estou empresariando jogadores de futebol aqui de Santa Catarina.

FOLHA - Já que você falou dessa atividade paralela, quantos jogadores já encaminhou para clubes?
Falcão - Estou começando agora e pegando jogadores já encaminhados. Estou com uma lista de dez jogadores no momento (na noite em que falou à FOLHA, por telefone, estava no Estádio da Ressacada, em Florianópolis, assistindo a um jogo do Avaí, clube que tem jogadores agenciados por ele, como os garotos Medina - meia -, Renan - lateral - e Jhonny - volante -, todos de 18 anos, que foram semifinalistas da Copa São Paulo este ano).

FOLHA - As suas escolinhas são outra fonte de renda...
Falcão - Sim, elas são franquias espalhadas pelo País que têm o objetivo de revelar talentos. Mas quase todas são de responsabilidade dos seus proprietários. Tenho a minha aqui em Jaraguá do Sul e que todos os anos tem revelado muitos garotos.

FOLHA - Essa atividade de empresariar jogadores é um filão de mercado para jogadores experientes ou ex-atletas?
Falcão - É um bom mercado desde que você tenha índole, bom senso e bons contatos. Eu, graças a Deus, tenho um leque muito grande de contatos com Corinthians, São Paulo, Avaí e tem muita coisa bacana andando. Então, tenho certeza de que para quem tem conhecimento e boa intenção é um mercado muito bom.
FOLHA - Você tentou jogar futebol profissionalmente, mas não deu. Se sente de alguma forma frustrado por isso?
Falcão - Na verdade eu cheguei a jogar no São Paulo por cinco meses. Tentei também no Palmeiras e na Portuguesa, mas não houve acerto financeiro. O tempo em que fiquei no São Paulo foi muito legal, fui campeão paulista lá e eu é que tive a opção de voltar para as quadras.

FOLHA - Como jogador, você já se sente realizado, depois do título mundial de 2008?
Falcão - Totalmente realizado. Não me falta mais nenhum título. Só quero agora atingir e superar a marca de maior artilheiro da história da seleção brasileira. Estou a apenas 20 gols dessa marca (o maior artilheiro da seleção brasileira é Manoel Tobias, com 278 gols).

fonte:site do falcao12.com

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