sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

25 de Janeiro - Um dia especial


O dia 25 de Janeiro é, realmente, especial para todo e qualquer benfiquista. Neste mesmo dia as emoções repartem-se a triplicar, tanto num sentido de pura felicidade, como também num saudosismo que não pode ser dissociado de uma forte perda. Mas já lá vamos...

Os 66 anos de idade do herói de… 66

Eusébio da Silva Ferreira faz anos neste dia. O avançado mais temido de toda a história do futebol português soma 66 anos (nasceu a 25 de Janeiro de 1942), uma bonita idade que nos traz à memória precisamente o ano em que mais se destacou – afinal de contas, ninguém esquece o tremendo Mundial de 1966, quando Eusébio se tornou no melhor marcador do certame, espantando Inglaterra (país que recebeu a prova) e o Mundo.

Mas a história de Eusébio é mais longa…

Natural de Lourenço Marques (hoje Maputo), Moçambique, o seu primeiro clube foi o Brasileiros da Mafalala. Realizou o primeiro jogo oficial com a camisola do Sporting de Lourenço Marques, estreando-se da melhor maneira ao apontar 3 golos. Chegou ao Benfica no dia 17 de Dezembro de 1961, mas o primeiro encontro que realizou de águia ao peito foi já no ano seguinte, a 23 de Maio, frente ao Atlético. O Benfica venceu por 4-2 e Eusébio apontou 3 golos. Daí até à despedida decorreriam 14 anos, tendo cumprido o último jogo com a camisola encarnada no dia 18 de Junho de 1975, frente à selecção africana, em Casablanca.
Dotado de uma perfeição técnica e física sem par na história do futebol português, Eusébio acumulou êxitos espectaculares ao longo da sua brilhante carreira. Implacável no assalto à baliza adversária e possuindo um prodigioso índice de finalização, o Pantera Negra, como ficou conhecido graças à sua actuação felina dentro de campo, impunha de forma soberana o seu futebol veloz e elegante, concebendo com espantosa facilidade jogadas de génio, de uma beleza plástica absolutamente invulgar, própria apenas dos predestinados.

Do instinto e da inteligência dos seus pés, nascia com absoluta naturalidade o "futebol-poema": lances mágicos, movimentações plenas de força e de alto calibre técnico, rasgos velozes, dribles fantásticos, remates geométricos, violentos... golos! Muitos golos. Eusébio foi, por isso, a festa e a pura celebração do jogo de futebol. Ao longo da sua carreira, somou um total de 733 golos em 745 jogos. Pelo Benfica, totalizou 715 partidas e 727 golos.

Pela equipa principal, efectuou 614 jogos e marcou 638 golos. No Campeonato Nacional, na Taça de Portugal e na Taça dos Campeões Europeus, Eusébio mantém-se no topo da lista dos melhores marcadores de sempre, com 319, 97 e 46 golos, respectivamente. Em Portugal, Eusébio representou ainda o Beira Mar e o União de Tomar. No estrangeiro, jogou no clube canadiano do Metro.

No Benfica conquistou 11 títulos nacionais (60/61, 62/63, 63/64, 64/65, 66/67, 67/68, 68/69, 70/71, 71/72, 72/73 e 74/75), venceu 5 Taças de Portugal (61/62, 63/64, 68/69, 69/70 e 71/72), foi campeão europeu em 61/62 e 3 vezes vice-campeão europeu (62/63, 64/65 e 67/68). Com a camisola das quinas, fez 64 jogos e marcou 41 golos.

Pela selecção da UEFA, alinhou 5 vezes, tendo ainda realizado 2 encontros pela selecção mundial e outros 2 pelo conjunto da FIFA. Em 1966, foi o melhor marcador do Campeonato do Mundo, tendo somado 9 tentos. Foi, ainda, eleito o melhor jogador desta competição, realizada em Inglaterra. No mesmo ano foi-lhe atribuído o prémio de melhor jogador da Europa (Bola de Ouro).

A nível internacional, Eusébio venceu, ainda, por 2 vezes (1967/68, com 43 golos, e 1972/73, com 40 golos) a Bota de Ouro, troféu atribuído ao melhor marcador europeu.

Fernando Martins – Um presidente para a história

Também neste dia 25 de Janeiro, mas do longínquo ano de 1917, nasceu em Paúl, Alenquer, Fernando Martins. Aquele que é hoje um dos sócios mais antigos do Clube, esteve na presidência do Benfica entre 1981 e 1987. A sua Direcção procedeu ao fecho do terceiro anel e ao acabamento do pavilhão polidesportivo Dr. Borges Coutinho. Durante as suas gerências também a iluminação do estádio de futebol foi bastante melhorada, passando a ser considerada como uma das melhores do mundo. Coube-lhe desencadear variadas diligências junto da Câmara Municipal de Lisboa, com vista a equipar o clube com melhores estruturas e maiores espaços.

Às suas gerências se fica a dever o relançamento da Cidade Desportiva do clube. Em 1965 ocupava as funções de suplente no Conselho Fiscal e em 1967-1968 aparece a presidir à Comissão de Obras do Novo Parque de Jogos, função que desempenhou com grande zelo. Foi eleito presidente da Direcção, sucessivamente, desde 29 de Maio de 1981 até ao biénio de 1985-1986. Antes de terminar este último mandato, a Assembleia Geral de 16 de Março de 1984 elegeu-o como "Águia de Ouro". É considerado um dos grandes presidentes, pela obra e resultados desportivos deixados, tal como o equilíbrio financeiro na gestão do clube.

Inesquecível Miki Fehér

Mas este 25 de Janeiro é, também, um dia de saudade, de tristeza, de incontido inconformismo. Foi neste dia, há quatro anos atrás – e precisamente no mesmo estádio (D. Afonso Henriques, em Guimarães) que o Benfica visita este sábado –, que Miki Fehér nos deixou… de forma tão prematura. Foi com apenas 24 anos de idade que Miki viu a sua vida e a sua carreira serem interrompidas de forma abrupta. Mas, recuando atrás no tempo, existe ainda memória para lembrarmos o seu dia de nascimento: 20 de Julho de 1979. Foi em Tatabanya, na Hungria, que viveu os primeiros anos, antes de rumar a Gyor (onde está agora sepultado). Começou a jogar no Raba Eto, onde somou 23 golos em 62 jogos.

Deu nas vistas e chegou a Portugal aos 19 anos para alinhar no FC Porto. No entanto, a falta de oportunidades no clube “azul-e-branco” levaram-no a optar pelo Sp. Braga, onde apontou 14 golos na temporada 2000/01. No entanto, Fehér voltou a fazer uma travessia no deserto (na equipa B dos portistas) antes de voltar a ser feliz, desta feita no Benfica, clube que considerava “o melhor de Portugal”. Nem sempre era primeira opção mas, num total de 30 jogos realizados de “águia” ao peito, marcou sete golos. A selecção húngara, a outra grande paixão de Miki, acolheu-o em 18 ocasiões, tendo o atacante obtido três golos.

Já muito foi escrito acerca de Miki. E continuará a sê-lo, com toda a justiça, ao longo dos anos. Mas mais do que qualquer palavra, existem episódios que impressionam tanto ou mais do que qualquer palavra. Tratam-se de momentos vividos após o falecimento do húngaro. De facto, na memória fica a homenagem prestada aquando da vitória na Taça de Portugal, naquele mesmo ano de 2004. Na memória tem, obviamente, de ficar também a forma como o Bessa gritou, em peso, pelo seu nome aquando da conquista do título. Na memória fica a forma emocionada como os colegas, dirigentes e treinadores do Benfica nunca se esqueceram de si na hora de festejarem títulos.

Nesta sexta-feira vai ser celebrada uma Missa no Seminário da Luz, Ordem dos Franciscanos, pelas 18 horas, por Mikos Féher. Uma boa forma de a família benfiquista se reunir para recordar aquele que nos deixou cedo demais mas que nunca se apagará das nossas memórias. Enfim, um dia de emoções diversas, este o de 25 de Janeiro

Sem comentários: