sábado, 20 de setembro de 2008

Taça UEFA: Nápoles 3-2 Benfica


Decisão adiada para a Luz

Subir ao céu, descer ao inferno e reconquistar a esperança. De tudo um pouco aconteceu ao Benfica no autêntico vulcão que foi a partida de Nápoles, referente à primeira mão da eliminatória inaugural da Taça UEFA. Uma derrota por 3-2 que, ainda assim, deixa a decisão à mercê do Benfica, bastando, para tal, uma vitória numa Luz que se deverá apresentar cheia como um ovo.

Do céu...

Mesmo com um “vulcão em erupção” de adeptos em torno da equipa, o Nápoles consciencializou-se que, para bater o pé ao Benfica, teria de ser humilde e resguardar-se no seu meio-campo, esperando por uma perda de bola na fase de construção do Benfica para, então sim, lançar venenosos contra-ataques mercê, sobretudo, da velocidade de Lavezzi e de Hamsink. Mesmo sabendo que a estratégia italiana era cínica (ao bom estilo italiano), o Benfica aceitou o repto e lançou-se no ataque desde o apito inicial, apostando na posse de bola e num futebol apoiado que, ao atingir o último terço de terreno, era gerido, em velocidade, pelo estreante Suazo, apoiado pelas “gazelas” Urreta (direita), Di María (meio) e Reyes (esquerda).

Foi mesmo o espanhol o primeiro a causar sensação no lotado San Paolo, lançando um foguete do meio da rua que, não fora a fantástica defesa do argentino Navarro, e teria feito explodir de alegria as várias centenas de adeptos benfiquistas presentes nas bancadas. Curiosamente, no minuto seguinte (4’), o Nápoles deu a conhecer a sua faceta atacante, respondendo por Demis, num bom trabalho à entrada da área. Valeu Quim para evitar o pior. Lance único num início de jogo com sentido único. E foi com alguma naturalidade que o Benfica chegou à vantagem, na sequência de um pontapé de canto marcado por Carlos Martins. Belo cabeceamento de Suazo que, em dia de estreia, disse “sim“ à bola e cabeceou como mandam as regras, fazendo mexer as redes de uma das balizas do San Paolo pela primeira vez na sua carreira (ele que já marcara em quase todos os recintos italianos).

...ao inferno

Um momento doce, logo travado pelo gosto amargo de um lance infeliz, pois, no minuto seguinte (16’), um remate desferido de fora da área embateu em Luisão e a bola sobrou para Vitale que, na cara de Quim, empatou o jogo e deu ânimo para que a sua equipa, então mais solta, chegasse à vantagem aos 19’, numa jogada forjada pela direita. Hamsink fulcral no toque que deu a Denis a oportunidade de atirar a contar em plena pequena área. Até final da primeira parte não mais o Benfica conseguiu criar lances de perigo e viu mesmo Léo salvar, em cima da linha de golo, um cabeceamento perigosíssimo de Cannavaro.

Ao intervalo, mudou o Nápoles (com o seu técnico abdicando de Blasi que, frise-se, deveria ter visto o segundo amarelo após entrada sobre Carlos Martins) e também o Benfica, pois Balboa apresentou-se no lugar de Urreta. No entanto, novo momento de azar deitou por terra as expectativas benfiquistas. Corria o minuto 54 quando, num centro desviado em Léo, Quim foi traído e não evitou o 3-1.

Reacção e lesão

Tentando dar maior consistência ao meio-campo, Quique Flores promoveu a entrada de Katsouranis (saída de Carlos Martins) para fazer par com o esforçado Yebda. Era chegada a hora de responder, sob pena de a continuidade na UEFA ficar mais longe. Pois bem, a resposta chegou logo depois e novamente num lance de bola parada. Livre em jeito de canto mais curto e Sidnei a ganhar na área, fornecendo a Luisão as condições de fuzilar as redes contrárias. A meia hora do fim, o Benfica voltava a “entrar” na partida.

Mas se a equipa entrou, Suazo, o melhor do Benfica até então, praticamente foi posto fora por uma entrada duríssima de um defesa contrário que, “no mínimo”, mereceria a expulsão. O hondurenho ficou, a partir desse momento, inferiorizado. E logo numa altura em que as três substituições já tinham sido realizadas por Quique Flores. Tal situação influenciou directamente a reacção da equipa na sua melhor fase, pois o Benfica ficou, literalmente, a jogar com dez. Ainda assim, com coragem, a formação “encarnada” manteve a postura atacante e, apesar do 3-2 final, provou ter capacidade para, na Luz, poder dar a volta à eliminatória e garantir a presença na fase de grupos. Afinal de contas, o 1-0 ou o 2-1 servem para seguir em frente. Há que acreditar, Benfica!

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